Thursday, May 19, 2005

Taubaté




Enquanto caminhava hoje pela cidade, pensava sobre fotografia. Quais são as coisas que valem a pena serem fotografadas; a matéria-prima - luz - que revela as coisas aos nossos olhos; quais são os fatores que tornam uma foto boa; os lugares, as coisas, as pessoas: o que cada um estava fazendo enquanto eu passava - valeria a pena registrar? o que eles tem a comunicar?

Isto não é extraordinário. Estas não são grandes ocasiões. Não há mortos nem feridos, não se vê sinais de tragédia, não há nenhuma celebração, a natureza não é esplendida: o sol não saiu, as flores não enfeitam nada. Não, nada aqui é surpreendente. Não há a preocupação de se estar no lugar certo no momento certo. O esforço do apuro não ficou aparente. Estes instantes talvez fossem desprezados, talvez ficassem perdidos para sempre no tempo. (...)

-- Érica Rodrigues, sobre o ensaio de Bernard Plossu entitulado "VIAGEM DE INVERNO À POLÔNIA"

Quais são as coisas que acontecem no cotidiano, em sua cidade, que a tornam única?

Eu quero ver o que acontece em cada cidade; eu quero saber o que eu veria se estivesse em uma cidadezinha da Polônia, em uma aldeia no Iraque, um kibutz em Israel ou tivessa a oportunidade de estar em um centro budista no interior da França. Como a vida flui nesses lugares, qual é o cotidiano, a quê as pessoas dedicam a maior parte de seu tempo? Como se vestem, qual é seu modo de vida, qual alfabeto utilizam, a marca da expressão comum daquela região? (e isso existe?).

Isso me encanta.

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