Monday, December 27, 2004

Em recesso até o final de Janeiro. Boa reflexão sobre o ano que passou, bom início de 2005. Cya.

Wednesday, December 22, 2004

Floating Logos


Floating Logos. "(...) The floating effect is intended to give the signs a supernatural quality that is meant to call attention to the hegemonic role consumerism and advertising play in our society."

Saturday, December 18, 2004

Links - Fotografia

Fotografia de Marco Abrar


Separei alguns links que andei visitando ultimamente de sites que discutem/publicam fotografias (os links vão direto para imagens que me chamaram atenção nos sites. Ao acessá-los, clique no título do site para ver as mensagens recentes ou a página inicial):


Tuesday, December 14, 2004

Estudo "Design Gráfico - uma história concisa", parte III

Essa é a parte III (veja parte I e II) de uma série sobre o estudo do livro "Design Gráfico - Uma História Concisa", de Richard Hollis.


A influência das xilogravuras japonesas na arte francesa no final do século XIX e início do do século XX


"Snow at Shinobazu Pond, Ueno", de Ando Hiroshige



Na página 6, Hollis diz:

"Os contornos firmes e as cores uniformes refletem a paixão do artista pelas xillogravuras dos japoneses, cujos trabalhos, exibidos nas feiras mundiais de Paris em 1867 e 1878, exerceram uma influência dominante na estética daquele período. Até mesmo os designs de caracteres tipográficos (como os de Auriol) imitavam os caracteres japoneses. As gravuras japonesas e a influência da fotografia estimularam o uso do espaço no retângulo vertical, algo incomum na época."


Trabalho de Suzuki, Harunobu

Quis conhecer um pouco mais sobre a xilogravura japonesa, buscando entender melhor sua influência no design de pôsteres franceses. Encontrei o texto: "Vision of People: The Influences of Japanese Prints - Ukiyo-e Upon Late Nineteenth and Early Twentieth Century French Art", de Patricia Flynn, que parece ser uma parte de um guia para aulas de arte.

Trabalho de Mary Cassatt


Nesse trabalho está escrito que o Japão permaneceu fechado às influências externas até a segunda metade do século XIX, por decreto do governo iniciado por Tokugawa Ieyasu, em 1603, com receio de que houvesse conspiração contra seu governo envolvendo estrangeiros. Em 1616 não era permitida a entrada de nenhum estrangeiro e nem mesmo a saída de nenhum japonês do país; qualquer livro que tivesse relação ou fosse escrito por estrangeiros era queimado ou recolhido pelo governo.
Com o crescimento de cidades como Edo(Tokyo) e Osaka, mudanças foram ocorrendo na estrutura feudal e nas divisões de classes. "Uma nova classe média começou a desenvolver um gosto por teatro, novelas românticas ou cômicas e artes visuais que no passado eram privilégio das classes ricas. Uma popular e realística forma de teatro, conhecida como Kabuki, tornou-se um dos mais importantes modos de entretenimento".

Trabalho de Kitagawa Utamaro


Os artistas de Ukiyo-e - um método de impressão parecido com xilogravura -, sofreram influências dos temas tratados no Kabuki (heroísmo, tragédia, etc), bem como utilizavam temas do dia a dia nas grandes cidades e as paisages japonesas. "The word ukiyo-e means a picture of the 'floating world'. It was derived from Buddhist religious interpretation that described man's life on earth as unhappy, a stage to go through along the road to salvation. It came to depict a portrayal of the pleasures of life that helped to relieve the restraints of urban Japanese life".
Ukiyo-e apresenta diversos elementos no design que estão em contraste com a arte ocidental nesse mesmo período:

  • A ilusão de profundidade (perspectiva) ocidental não existe;

  • O artista usualmente sentava com as pernas cruzadas sobre seu papel e o via como plano. Seu trabalho final é para ser visto próximo aos olhos, em contraste com as telas ocidentais, que foram criadas com a intenção de serem vistas na altura dos olhos e à distância;

  • O conteúdo emocional do ukiyo-e envolve o uso de um sistema bastante complicado de iconografia. Símbolos são representados através de color posture e uso de animais: pássaros, peixes.


Trabalho de Ando, Hiroshige

Uma das regras (derivada dos chineses) mais importantes do ukiyo-e é o método para se criar o senso de perspectiva: a parte de baixo do quadro deve representar o que está próximo ao espectador, enquanto que o espaço acima demonstra o que está longe. As linhas devem convergir conforme se aproximam do primeiro plano e devem crescer em largura conforme retrocedem ao 'fundo'.

Todos os materiais usados no ukiyo-e eram derivados de plantas ou minerais.

Sobre a chegada do ukiyo-e na Europa:

During the period of time that the ukiyo-e print was suffering its demise in Japan, it was having a vital impact upon artists and writers in Europe, especially in Paris. Many reasons accounted for the appeal of Japanese art. During this time imperialism in Europe had brought about an interest in other cultures of the world. With the opening of Japan to trade its culture was revealed to Europeans as being not only unusual and strange, but refined and elegant. Japanese culture was conveyed to European intellectuals as possessing artistic values in all aspects of its life. This condition was attractive in light of some of the depressing qualities of the new industrial society in Europe. The refreshing spirit of Japanese art offered a creative alternative to artists who were weary of the Greco-Roman styles of art that were popular at the time.

Examples of Japanese art appeared in the stores and shops of Paris, London, the Hague and Leiden. The mass appeal of Japanese artifacts ranged from albums of prints(ukiyo-e) to fans, clothing, textiles and food.

Trabalho de Utagawa Kuniyoshi

Cinco artistas, selecionados nesse trabalho, que exerceram grande influência sobre os artistas impressionistas de Paris no final do século XIX são:


Trabalho de Tolouse Lautrec

Hokusai, com seu trabalho Manga, exerceu influência sobre os artistas franceses interessados na xilogravura japonesa. Van Gogh ficou fascinado com os trabalho de Hiroshige quando estes chegaram à França.

Cinco artistas, selecionados nesse trabalho, que sofreram grande influência do ukiyo-e foram:



Trabalho de Katsushika, Hokusai

Degas colecionou xilogravura japonesa na década de 1860, que aos poucos influenciou sua pintura. "His figures are placed asymmetrically and on a diagonal with partitions. Degas estudou o Manga de Hokusai que o levou a observar seu próprio mundo de forma mais clara. Ele procurou capturar a essência por trás do dia a dia. Seus assuntos preferidos eram mulheres em seus rituais diários, dançando no ballet, trabalhando no circos e no café.

O estilo de Mary Cassat sofreu influências das xilogravuras japonesas, principalmente dos trabalhos de Harunobi e Utamaro. O trabalho de Gauguin reflete sua admiração pelas linhas e cores 'chapadas'; eliminou o uso de sombras em seu trabalho após conhecer os trabalhos ukiyo-e. Van Gogh colecionou trabalhos ukiyo-e e tentou identificar-se com esses trabalhos desenhando com reed pen e tentando colocar em prática o conceito japonês de comunidade de artistas ajudando-se mutuamente'. Lautrec foi fascinado por arte japonesa e estudou o trabalho de Hokusai, Utamaro e Harunobu. 'Lautrec revolucionou a arte de fazer posteres borrowing Japanese woodcut compositional devices.'

Monday, December 13, 2004

Cores da natureza e design de interface

Foi bom encontrar e ler o artigo Natural Selections: Colors Found in Nature and Interface Design do site Boxes and Arrows. Já tinha ouvido falar há muito tempo da idéia de usar cores encontradas na natureza em peças de design gráfico ou de interface, e já havia experimentado com isso, porém nada tinha lido a respeito.

O artigo diz como o esquema de cores encontradas na natureza pode realçar a diferença de um site, ajudar a focar os usuários nas interações, tornar o site mais amigável e inspirador, tanto para o desenvolvedor (que terá uma paleta de cores já pronta) quanto para os usuários, que, acostumados com as cores da natureza, terão essas cores como familiares e hamoniosas.

O artigo também mostra alguns exemplos de redesign baseados nesta idéia; assim podemos perceber na prática o quanto essas afirmações são verdadeiras.

Monday, December 06, 2004

"Fui fotógrafo antes de ser comandante"



"Fui fotógrafo antes de ser comandante" é a exposição que está percorrendo diversas cidades no mundo que reúne 120 fotografias tiradas por Che Guevara da década de 1950 até a data de sua morte, 1967.
Camilo Guevara, uno de los hijos del Che, explica que su padre se convirtió en fotógrafo por su sensibilidad artística y por la posibilidad que esa profesión le brindaba de acercarse a la gente.
-- http://che.cubasi.cu/
Para ver algumas fotos da exposição, acesse o site do "El Archivo Personal del Che" e clique no link "Galerias".

Link @ http://fragmentosdeluz.blogspot.com/

São Luis do Paraitinga, 05/12/04



"De uma cidade, não aproveitamos as suas sete ou 77 maravilhas, mas a resposta que dá às nossas perguntas"

- Ítalo Calvino, "Cidades Invisíveis"

Saturday, December 04, 2004

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain






Ontem (e hoje) assisti "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain". A fotografia do filme chamou muito minha atenção: ele usa um filtro verde que me agradou muito; além disso as cores foram digitalmente corrigidas em altíssima resolução, o que tornou as cores muito vivas, muito bonito.

Procurei na internet mais informações sobre a direção de arte e fotografia do filme mas não encontrei nada a respeito, infelizmente. Se alguém souber onde encontrar, por favor avise-nos.

O filme é ótimo, recomendo. A Audrey Tatou está encantadora no papel de Amélie: ela nesse palpel e a Julie Delpy no "Antes do Amanhecer" são minhas favoritas :) O diretor resolveu convidá-la à fazer um teste para seu filme ao vê-la no pôster do filme "Venus Beauté": "fui detido por um par de olhos negros".




Mais:

Friday, December 03, 2004

Estudo "Design Gráfico - uma história concisa", parte II

Essa é a parte II (veja parte I) de uma série sobre o estudo do livro "Design Gráfico - Uma História Concisa", de Richard Hollis.

Hollis comenta apenas superficialmente em seu livro sobre os pôsteres tipográficos e eu, curioso, quis encontrar mais informações a respeito. Ele diz:
"Antes da litografia, os pôsteres eram impressos por tipografia, como os livros, com tinta preta e ocasionais ilustrações xilográficas. Era o tipógrafo que escolhia e combinava os tipos, geralmente de modo que preenchesse a folha impressa."
Pôsteres tipográficos não encontrei nenhum, infelizmente, mas encontrei coisas bastante interessantes na pesquisa.

Tipografia e Xilogravura


Detalhe da Bíblia de Gutemberg (enfeitada à mão)

Quem é considerado o pai da tipografia é o nosso amigo alemão Gutemberg. Em 1442 na cidade de Strasbourg imprimiu pela primeira vez através dessa técnica onze linhas em um pedaço de papel. No entanto, bem antes, livros foram produzidos na China e Korea com tipos feitos primeiro em madeira depois em bronze [Veja o livro impresso datado mais antigo do mundo, o Diamond Sutra].

Detalhe do "Diamond Sutra"

O mérito de Gutenberg foi o de tornar possível a impressão do mesmo texto rapidamente. (Você pode folhear duas cópias da Bíblia de Gutemberg no site do The British Libray e comparar essas duas cópias, uma impressa em papel e outra em vellum, ambas decoradas a mão. Pra quem tem curiosidade em entender latim, há um dicionário latim-inglês aqui.)

Xilogravura


"A xilogravura é um processo de gravação em relevo que utiliza a madeira como matriz e possibilita a reprodução da imagem gravada sobre papel ou outro suporte adequado."
http://www.teatrodecordel.com.br/xilogravura.htm

Detalhe do primeiro livro ilustrado inglês. Caxton, 1490

A Xilogravura faz parte dos sistemas de impressão em relevo mais antigos. Nos livros foi usado pela primeira vez por Albert Pfister na impressão de ilustrações do livro "Edelstein", de Ulrich Boner's na Alemanha em 1461. William Caxton imprimiu o primeiro livro em inglês com ilustrações, o "The Myrrour of the world", em 1490.



Hypnerotomachia Poliphili, 1499



Um livro impresso em tipografia e com ilustrações xilográficas que vale a pena citar é o "Hypnerotomachia Poliphili" de Francesco Colonna impresso em Aldus Manutius Venice em 1499. Contém ilustrações muito bem trabalhadas, integradas com a forma do parágrafo talvez inovador na época: começa ocupando toda largura da página e aos poucos vai afunilando até que na última linha reste apenas uma ou duas palavras centralizadas; os asteriscos dão o acabamento.

Livros Manuscritos


Pesquisando sobre livros antes da litografia, encontrei no site da Universidade de Glasgow a lista dos "Fifty Treasures from Glasgow University Library", com fotografias de seu acervo, que vão desde fragmentos de um papiro do final do século 3 - econtrados no Egito em 1903-04 -, até impressos do século XX. Entre elas um manuscrito de textos médicos do final do século VIII ou início do século IX, com letras e ornamentos em verde, vermelho e branco (Interessante como nessa época já havia o costume de destacar a letra inicial de um texto/parágrafo: o desenho da letra M toma toda a página da esquerda).



Um dos manuscritos mais bonitos que encontrei nessa lista foi o livro The Romaunt of the Rose (1440-1450), que contêm um poema sobre a 'arte de amar' de Guillaume de Lorris e Jean de Meun. (sec.XIII). Os florais são muito bonitos e bem trabalhados, as cores suaves também muito bem escolhidas; na minha opinião há a quantidade ideal da imagens para não deixar o trabalho 'inchado' ao mesmo tempo que o torna muito bem decorado. No link não fala, mas acredito que tenha sido feito em vellum e não em papel; pode-se assim ver a tinta da página seguinte, uma certa 'integração' com o resto do livro que um papel sem transparência não seria capaz de reproduzir. Os detalhes em dourado dão um toque especial; me parece um design bastante adequado para um poema sobre o amor.



O "Art of Falconry" é também muito bonito (no site está escrito que esse manuscrito demonstra a perfeição do design francês de livros do final do século XV). Vendo a foto em maior resolução você poderá observar detalhes das letras do livro.




Vale a pena uma visita com calma a página "Fifty Treasures from Glasgow University Library", que além do que destaquei acima, há também o original de uma carta de Mozart à sua esposa em 1791 e um texto de William Blake integrado à uma ilustração, feito quando "Blake's interest in colour printing was at its height".



Mais:

Thursday, December 02, 2004

Pixelfest: group artwork project

The man in blue lançou um projeto em 12 de novembro de 2004 chamado "Pixelfest: group artwork", que levanta a questão: "can a group of random people, each contributing a teensy weensy bit, make a coherent piece of art/design/garbage purely through the influence of the work itself?"

Veja as regras e participe.

Pelo andamento do projeto, acho que a resposta à pergunta será negativa. A peça não me parece nada coerente; e nem tem perspectivas de se tornar. Talvez se fosse definido um tema qualquer sairia algo mais interessante. De qualquer maneira, a idéia é muito boa, o questionamento válido e provavelmente existem por aí experiências como o pixelfest que fizeram descobertas interessantes sobre colaboração pessoal, de diversas pessoas, em um único projeto de arte visual.

Wednesday, December 01, 2004

Estudo "Design Gráfico - uma história concisa", parte I

Esse é a parte I de uma série sobre o estudo do livro "Design Gráfico - Uma História Concisa", de Richard Hollis.

Estive lendo "Design Gráfico – Uma História Concisa", de Richard Hollis. Estou no início do primeiro capítulo apesar de estar há alguns dias com o livro. A leitura da introdução despertou diversas curiosidades e acabei, em paralelo, pesquisando sobre coisas que o autor cita apenas superficialmente ou que nem mesmo cita, mas deixa o "buraco" perceptível.

À medida que vou avançando na leitura e pesquisando impulsionado pelos estímulos que recebo, vou ganhando uma nova visão sobre a profissão do designer gráfico, identificando seus principais avanços durante a história e ganhando um repertório visual bastante enriquecedor, o que me parece fundamental para qualquer 'criador gráfico' que deseje aprofundar-se em sua atividade.

Profissão do designer gráfico


A profissão de designer gráfico surgiu em meados do século XX; antes suas atividades eram realizadas pelos chamados "artistas comerciais", ilustradores de todos os tipos (faziam desde diagramas mecânicos até desenhos de moda). Identificar, informar e instruir e apresentar e promover são as principais funções do design gráfico.

Inicialmente voltado para a organização das informações principalmente em papel para anúncios publicitários, passou a atuar também nos jornais e revistas em que eram veiculados.

O pôster artístico



"La Loie Fuller", 1893 - Jules Chéret

O pôster artístico inclui-se na função de apresentar e promover. Antes da invenção da litografia, os pôsteres eram impressos como os livros, por tipografia, em branco e preto contendo ocasionais ilustrações xilográficas. A técnica da litografia ofereceu maior liberdade de criação através da possibilidade de reprodução de toda gama de cores e tons das pinturas a óleo; os artistas pintavam o design do pôster, que era transferido à mão para as pedras litográficas – uma para cada cor -, chegando as vezes a utilizar quinze delas. O francês Jules Chéret desenvolveu um sistema de impressão de três ou quatro cores, por ele e outros artistas utilizada na década de 1890. Agora eles mesmos pintavam diretamente nas pedras litográficas, dando acesso direto aos artistas ao processo de reprodução.

"La Revue blanche", 1894 - Pierre Bonnard

Chéret é um dos principais nomes dessa época, cujo estilo influenciou artistas como Pierre Bonnard e Tolouse-Lautrec. Os pôsteres nessa época consistiam quase sempre de uma única figura solitária na página, livre de perspectiva e na maioria das vezes 'flutuando', com um pequeno título e ocasionalmente um slogan. "A figura solitária e o texto mínimo continuaram sendo a combinação mais utilizada de palavra e imagem. Essa fórmula era a base dos pôsteres produzidos na Europa e nos Estados Unidos na virada do século.", diz Hollis. As letras das palavras eram desenhas à mão pelo próprio artista, o que dava um aspecto tosco porém bem integrado ao design.

Outras características dos pôsteres nessa época é que não possuiam luz, sombra ou profundidade.

"(...) o desenho é trabalhado em cima do contorno, da cor uniforme e de uma folha em branco, como se fosse um mapa. Os traços-chave são utilizados como uma espécie de fronteria entre uma cor e outra. (...)"

"O contorno firme e as cores uniformes refletem a paixão do artista pelas xilogravuras dos japoneses, cujos trabalhos, exibidos nas mundiais de Paris em 1867 e 1878, exerceram uma influência dominante na estética daquele período. (...) As gravuras japonesas e a influência da fotografia estimularam o uso do espaço no retângulo vertical, algo incomum na época. Imagens retratadas de baixo, como no pôster Bécane, de Edouard Vuillard, e figuras cortadas, cujo exemplo mais notável é o Aristide Bruant das son cabaret, de Lautrec, enfatizam a decorativa falta de relevo do desenho e lembram a espontaniedade dos instantâneos fotográficos."

"Aristide Bruant em seu cabaré", 1893 - Toulouse-Lautrec

Diferença entre design gráfico e obra de arte


O design gráfico diferencia-se da obra de arte por duas principais características: a) a peça que produz atende às exigências de um cliente e não necessariamente condiz com os pensamentos do autor, e precisa ser em uma linguagem entendida pelo público-alvo; e b) precisa se adequar à produção mecânica.




Próximo post pretendo compartilhar um pouco da minha pesquisa em torno do que aconteceu antes da litografia. Richard Hollis não fala muito sobre isso e fiquei curioso para conhecer os pôsteres tipográficos. Não os encontrei, mas em compensação encontrei diversas outras coisas bem interessantes que definitivamente valem o post.

Monday, November 22, 2004

"O Beijo", de Klimt

A imagem abaixo recebi da Priscila, quando me falava em um e-mail sobre Klimt (essa imagem é uma obra dele). Gostei muito, resolvi compartilhar a imagem e algumas impressões.



Permaneci observando a obra "O Beijo" por vários minutos... Em um primeiro momento, sobressaiu aos meus olhos a intimidade, o contato afetuoso, o sentimento grandioso, transbordante existente entre as duas pessoas. A "continuação" do "vestido" da mulher no chão debaixo dela me fez pensar que ela poderia também representar a natureza, e o beijo do homem um momento bonito, profundo, dele com ela. Aí então - somente depois de vários momentos observando a obra - vi os pés da mulher, que me haviam passado despercebidos. A mulher parece-me possuída por um grau de afetuosidade que não cabe mais nela.. (apesar de seu rosto me falar mais de quietude do que afetuosidade) e talvez por isso, ou algum outro qualquer motivo, ela permaneça vulnerável. Há muito significado no preenchimento existente nela, no homem e em volta dela. O fato das bolinhas coloridas estarem apenas ao redor dela e dentro dela com mais cores, dividindo espaço com quadrarinhos, me sugere que há nela profundo sentimento em sua relação com o homem; de fato, há muito do homem nela e nada dela nele. Isso me fez pensar que o homem não participa desse sentimento dela.. na verdade não consegui decifrar o quanto o homem se sente envolvido, pra mim é um mistério. Não consegui encontrar um significado para o chão que "acaba" também.. mas talvez isso seja apenas parte da idéia de se criar esse ambiente de sonho, muito forte, como a Priscila descreveu em seu e-mail. É muito bonito, obrigado Priscila por compartilhar! :)