Esse é a parte I de uma série sobre o estudo do livro "Design Gráfico - Uma História Concisa", de Richard Hollis.
Estive lendo "Design Gráfico – Uma História Concisa", de Richard Hollis. Estou no início do primeiro capítulo apesar de estar há alguns dias com o livro. A leitura da introdução despertou diversas curiosidades e acabei, em paralelo, pesquisando sobre coisas que o autor cita apenas superficialmente ou que nem mesmo cita, mas deixa o "buraco" perceptível.
À medida que vou avançando na leitura e pesquisando impulsionado pelos estímulos que recebo, vou ganhando uma nova visão sobre a profissão do designer gráfico, identificando seus principais avanços durante a história e ganhando um repertório visual bastante enriquecedor, o que me parece fundamental para qualquer 'criador gráfico' que deseje aprofundar-se em sua atividade.
Profissão do designer gráfico
A profissão de designer gráfico surgiu em meados do século XX; antes suas atividades eram realizadas pelos chamados "artistas comerciais", ilustradores de todos os tipos (faziam desde diagramas mecânicos até desenhos de moda). Identificar, informar e instruir e apresentar e promover são as principais funções do design gráfico.
Inicialmente voltado para a organização das informações principalmente em papel para anúncios publicitários, passou a atuar também nos jornais e revistas em que eram veiculados.
O pôster artístico
"La Loie Fuller", 1893 - Jules Chéret
"La Revue blanche", 1894 - Pierre Bonnard
Outras características dos pôsteres nessa época é que não possuiam luz, sombra ou profundidade.
"(...) o desenho é trabalhado em cima do contorno, da cor uniforme e de uma folha em branco, como se fosse um mapa. Os traços-chave são utilizados como uma espécie de fronteria entre uma cor e outra. (...)"
"O contorno firme e as cores uniformes refletem a paixão do artista pelas xilogravuras dos japoneses, cujos trabalhos, exibidos nas mundiais de Paris em 1867 e 1878, exerceram uma influência dominante na estética daquele período. (...) As gravuras japonesas e a influência da fotografia estimularam o uso do espaço no retângulo vertical, algo incomum na época. Imagens retratadas de baixo, como no pôster Bécane, de Edouard Vuillard, e figuras cortadas, cujo exemplo mais notável é o Aristide Bruant das son cabaret, de Lautrec, enfatizam a decorativa falta de relevo do desenho e lembram a espontaniedade dos instantâneos fotográficos."
"Aristide Bruant em seu cabaré", 1893 - Toulouse-Lautrec
Diferença entre design gráfico e obra de arte
O design gráfico diferencia-se da obra de arte por duas principais características: a) a peça que produz atende às exigências de um cliente e não necessariamente condiz com os pensamentos do autor, e precisa ser em uma linguagem entendida pelo público-alvo; e b) precisa se adequar à produção mecânica.
Próximo post pretendo compartilhar um pouco da minha pesquisa em torno do que aconteceu antes da litografia. Richard Hollis não fala muito sobre isso e fiquei curioso para conhecer os pôsteres tipográficos. Não os encontrei, mas em compensação encontrei diversas outras coisas bem interessantes que definitivamente valem o post.
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