Thursday, September 08, 2005

E a One Magazine desse mês (tema: comida) saiu com duas contribuições minhas em design: Badi Meccouri e Fresh Start.

ps.: Logo pretendo retomar o blog em outro endereço.

Thursday, May 19, 2005

Taubaté




Enquanto caminhava hoje pela cidade, pensava sobre fotografia. Quais são as coisas que valem a pena serem fotografadas; a matéria-prima - luz - que revela as coisas aos nossos olhos; quais são os fatores que tornam uma foto boa; os lugares, as coisas, as pessoas: o que cada um estava fazendo enquanto eu passava - valeria a pena registrar? o que eles tem a comunicar?

Isto não é extraordinário. Estas não são grandes ocasiões. Não há mortos nem feridos, não se vê sinais de tragédia, não há nenhuma celebração, a natureza não é esplendida: o sol não saiu, as flores não enfeitam nada. Não, nada aqui é surpreendente. Não há a preocupação de se estar no lugar certo no momento certo. O esforço do apuro não ficou aparente. Estes instantes talvez fossem desprezados, talvez ficassem perdidos para sempre no tempo. (...)

-- Érica Rodrigues, sobre o ensaio de Bernard Plossu entitulado "VIAGEM DE INVERNO À POLÔNIA"

Quais são as coisas que acontecem no cotidiano, em sua cidade, que a tornam única?

Eu quero ver o que acontece em cada cidade; eu quero saber o que eu veria se estivesse em uma cidadezinha da Polônia, em uma aldeia no Iraque, um kibutz em Israel ou tivessa a oportunidade de estar em um centro budista no interior da França. Como a vida flui nesses lugares, qual é o cotidiano, a quê as pessoas dedicam a maior parte de seu tempo? Como se vestem, qual é seu modo de vida, qual alfabeto utilizam, a marca da expressão comum daquela região? (e isso existe?).

Isso me encanta.

Thursday, April 28, 2005

Tipografia



Esse página apresenta alguns trabalhos bem interessantes com tipografia. Destaque para Word Pairs Logo Project que traduz visualmente, em conjunto com as palavras construir, destruir, etc, o próprio significado da palavra. Vale destacar também o Paragraph Experiments, que mostra algumas formas de se representar visualmente um parágrafo (gosto de brincar com isso de vez em quando).

E não poderia deixar de citar esse design incrível de um dos meus livros favoritos, Cidades Invisíveis.

Vendo esses trabalhos dá até vontade de me aventurar em fazer algo no estilo.

Sobre o livro "Cidades Invisíveis":
"Se meu livro As cidades invisíveis continua sendo para mim aquele em que penso haver dito mais coisas, será talvez porque tenha conseguido concentrar em um único símbolo todas as minhas reflexões, experiências e conjeturas." Assim se refere o próprio Italo Calvino - um dos escritores mais importantes e instigantes da segunda metade do século XX - a este livro surpreendente, em que a cidade deixa de ser um conceito geográfico para se tornar o símbolo complexo e inesgotável da existência humana."

Wednesday, April 27, 2005

Searchscapes


This is an attempt to materialize information: to give it dimension and physicality
http://stage.itp.nyu.edu/~jy377/searchscapes/


Idéia bastante interessante: dar representação visual/tridimensional a determinados lugares reais através da quantidade de informação que se encontra do local na internet. Os maiores 'prédios' são os lugares com maiores conteúdos relacionados indexados pelo google.

Isso me lembrou o Newsmap que - até onde consegui entender - representa visualmente as notícias do google news, dando destaque visual proporcional à quantidade de artigos.

Monday, April 18, 2005

Video: Linux no Desktop

O Élcio disponibilizou em seu blog um vídeo muito legal de como ele trabalha com o Linux no desktop. Muito bom, vale a pena conferir.

Thursday, March 31, 2005

Encontro entre Ingmar Bergman e Woody Allen



Foi a coisa mais estranha do mundo. Eu estava fazendo Casa de Bonecas em Nova York e Ingmar veio ver a peça. Woody, que era meu amigo e grande fã de Ingmar, pediu para que eu marcasse um encontro. Ingmar foi com a mulher dele jantar na casa de Woody. Os dois disseram 'oi' e não falaram mais nada a noite inteira! Eu tive de puxar papo com a mulher de Ingmar, com quem eu não tinha a menor intimidade. Woody e Ingmar apenas olhavam um para o outro e sorriam, como se dissessem: 'Ah, essas mulheres'. Acho que eles nem se despediram. E o mais engraçado é que depois o Woody me ligou para dizer: 'Muito obrigado, o encontro foi incrível'. Ingmar também gostou. Ele me disse: 'Obrigado, Liv, Allen é muito especial'. Dá para entender?

-- Liv Ullman, em entre vista a Época


:P

Saturday, February 26, 2005

Linkania - Cinema, Humor, Mapas, Fotologs



[update] Sem bem-vindos todos que estão chegando ao meu blog procurando por "mapa de taubaté"! Fico feliz em estar ajudando vocês a encontrarem o que procuram. O site Map24 é realmente muito bom e tem todo o mapa de Taubaté. O maporama também. Divirtam-se.

obs.: as dicas do mapa foram enviadas originalmente por outras pessoas na lista sobre webdesign chamada ArqHP (arqhp arroba googlegroups ponto com).

Tuesday, February 22, 2005

Ingmar Bergman

Ingmar Bergman, cineasta sueco. As duas únicas obras que assisti de sua autoria, "O Sétimo Selo" e "Morangos Silvestres", já serviram pra me marcar profundamente e desencadear uma reflexão a respeito de meu próprio estado e modo de viver. Por isso essa foto ao lado tem grande significado pra mim; minha imaginação se apressa em preenchê-la com a interação entre o autor e as idéias que permeam seus filmes, como se fosse suas próprias reflexões refletidas na imagem. Seus personagens principais costumam estar na linha que ele observa, entre a ascensão ao céu e a imersão na escuridão da terra. E nesses dois filmes que assisti, a lição que ele passa, com grande sensibilidade, é a de que o 'fechar-se em si mesmo', o egoísmo, o individualismo, é a causa da angústia e perdição do homem; e a 'solução' é abrir-se ao outro, comunicar, preocupar-se com o outro, amar. Isso aparece em todo o desenrolar do "Morangos Silvestres". No "Sétimo Selo" torna-se claro quando o protagonista, em sua busca solitária e sofrida pelo sagrado, define sua fé como 'a amada que permanece na escuridão e não aparece quando chama' e diz logo em seguida que se esquece disso quando está na presença daquele casal feliz com quem conversa, e que guardará pra sempre aquela lembrança, da luz do entardecer batendo em seus rostos, o ator tocando sua música, o bebê... e logo depois sai para jogar xadrez com a morte, com um sorriso triunfante.

Essa idéia está presente também em dois dos filmes do Richard Linklater: Waking Life e Antes do Amanhecer. Em um dos diálogos do Waking Life é dito:

"And so much of our experience is intangible. So much of what we perceive cannot be expressed. It's unspeakable. And yet, you know when we communicate with one another, and we feel that we've connected, and we think that we're understood, I think we have a feeling of almost spiritual communion. And that feeling might be transient, but I think it's what we live for."
Essas são respostas diretas à tendência dos nossos tempos de isolamento e individualismo: o homem não encontra sentido nisso. E acredito que eles alcançam sucesso em fazer-nos refletir a respeito, com grande sensibilidade, através da arte.

Thursday, February 17, 2005

ClearType Tuner PowerToy

Conhece o ClearType Tuner? É um recurso para melhorar a visualização de textos no winXP. Veja a diferença. Instalei aqui, vale a pena.

link @ pensaletes

Sunday, February 13, 2005

Fotos: boneca


Fotos boneca alemã

Lírico? eu?

O avancho



Ava
arbusto dióico (Piper methysticum), da fam. das piperáceas, um cultivar nativo das ilhas do Sudoeste do Pacífico, prov. derivado de Piper wichmannii, cujas raízes têm propriedades medicinais e são us. no preparo de bebida narcótica; cavacava


Ancho
1 que tem grande extensão; largo, amplo, espaçoso
2 Derivação: sentido figurado. Inchado de vaidade, cheio de si; convencido, orgulhoso

Monday, January 31, 2005

Crime e Castigo, Dostoiévski

“(...) Compreendia agora que passara o tempo de sofrer passivamente, e das lamentações que nada resolvem; agora cumpria fazer fosse o que fosse, o mais depressa possível. Era necessário tomar desde já uma resolução qualquer ou...
“Ou renunciar à vida!”, exclamou ele subitamente, “aceitar, de uma vez por todas, o destino como ele é, sufocar todas as aspirações, abdicar definitivamente ao direito de ser livre, de viver, de amar!...” (Crime e Castigo, pág. 56).


Acabo de ler "Crime e Castigo" de Dostoiévski e fiquei encantado com o livro e com o autor. A profundidade com que descreve o caráter dos personagens e a habilidade com que nos fala de seus pensamentos e atitudes, descreve situações, é incrível. Acabei o livro e pensei: ele bem poderia ter continuado a escrevê-lo por mais 500 páginas se quisesse, tranquilamente. E eu certamente acompanharia 'preso' ao livro, como fiquei durante esses dias de leitura.

Bom, mas não vou comentar mais sobre o livro em si agora. Recomendo que, se tem interesse, passe no clube de leitura do LLL. Logo, depois do dia 30, pipocarão comentários interessantes sobre o livro em diversos blogs. E o LLL será o ponto de encontro.

Gostei do livro editado pela Martin Claret. É simples, tem um questionário no final do livro para te estimular a refletir sobre a obra e - o melhor - o preço não é o olho da cara. Mas achei que a capa não reflete o conteúdo de forma adequada. Na primeira vez que a vi na livraria pensei que o livro tinha como tema principal o romance entre um casal rico (o castelo dá essa idéia de riqueza) e alguém próximo ao casal que trava com eles alguma relação de conflito (diga-se de passagem, gostei muito do desenho desse cara.. sustenta um olhar instigante, revelando a habilidade do desenhista). Pareceu-me que o livro girava o tempo todo sobre esse tema e não ia muito além disso, o que não me atraiu. Essa foi minha primeira impressão através da capa.. mas não me deixei levar por ela, pois já estava disposto a comprá-lo, estimulado pelas recomendações de amigos e do clube de leitura do LLL. Agora - após ter lido o livro - reafirmo que essa capa não é mesmo adequada.

A capa da versão da Editora 34 ocupa-se em demonstrar os conflitos internos do personagem principal, que é onde se encontra a beleza do livro e em que Dostoiévski revela sua majestosa habilidade descritiva. O ‘corte’, a proximidade, coloca toda nossa atenção à expressão do rosto; não há distrações. A expressão grave é revelada através da parte ‘iluminada’ do rosto, e, junto com a outra metade escondida na escuridão, representa a essência do livro, os conflitos do personagem: ora sentindo correr ardentemente em suas veias a vida e a vontade de viver, ora pronto a suicidar-se.

Se há algo que gostaria que mudasse era que o nome do autor fosse menor e estivesse abaixo do título. Talvez a decisão de colocá-lo acima do título e quase do tamanho deste tenha sido ‘meramente’ comercial. Pois bem... uma boa capa, além de estar em sintonia com o conteúdo do livro, deve também ajudar a vendê-lo. Não é esse também objetivo do design gráfico? É uma ótima capa.

Em uma rápida pesquisa no google e na amazon encontrei algumas capas estrangeiras. Percebe-se que muitos seguem a linha que a 34 adotou, utilizando ilustrações que demonstram um homem de aspecto sombrio, com ares pensativo. Ao que me parece duas delas utilizam fotos do próprio Dostoiévski. Muito bom, as imagens nos passam muito de Raskólnikov, personagem principal do livro.



Obs.: Encontrei também um belo trabalho em xilogravura que retrata uma das partes mais interessantes do livro, quando Raskólnikov conversa com Sônia em seu quarto. Só não reproduzo a imagem aqui por causa de algumas linhas no final do site: "No part of this web site may be reproduced, in any form, by any means, including mechanical, electronic, photocopying, or otherwise, without prior written consent of Stephen and Sabina Fascione Alcorn." (Oh, céus! Que se espalhe logo a Creative Commons! Estaria eu roubando a imagem apenas reproduzindo-a aqui? Bah! Visitem o site, vejam a imagem e deixem eles que se surpreendam ao verem algumas visitas vindas desse blog e exclamem: "WTF is this guy talking about us?" Creative Commons!!) :P



(update) Er... olha o que eu achei:

Capa do filme "Crime e Castigo". Qualquer semelhança com a capa do livro editado pela Martin Claret é mera concidência! :P